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INCLUSÃO Com ACESSIBILIDADE ATITUDINAL 9

Pra Cego Ver Renato aparece apoiando o cotovelo na bengala e mão segura o queixo convidando os leitores à reflexão. Renato é branco, usa os cabelos curtos e repartidos mais para o preto, com alguns fios grisalhos. Publicado: 30-01-17

Por: Renato Barbato

Colunista: Renato Barbato é jornalista, palestrante, locutor, apresentador no programa “Papo no Balcão”, Arquiteto Urbanista, graduado pela Faculdade Belas Artes-SP e Técnico Eletrotécnico. Enquanto liderança, atuou no Grupo de urbanismo da entidade ALEASP – Associação Leste dos Engenheiros e Arquitetos da Cidade de São Paulo e como diretor na modalidade Técnico (entre 2001 a 2003).  Movimento Cidade Para Todos (Fundador e representante), Vice-coordenador do GT Acessibilidade do IAB/SP Instituto de Arquitetos do Brasil/Departamento de São Paulo (em 2011), representante titular do IAB/SP na CPA – Comissão Permanente de Acessibilidade do Município de São Paulo (desde 2011). CADEVI – Centro de apoio ao deficiente visual é associado (desde 2013) e conselheiro (de 2014 a 2017). 

Foto: Edi Sousa Studio Artes

 

Ano novo, vida nova. Mas sua empresa está preparada para receber uma pessoa com deficiência visual em suas dependências?

Como posso ajudar? Ou pelo menos não atrapalhar uma pessoa com deficiência visual nos vários espaços de convívio dentro da corporação? Provavelmente essa é uma dúvida que você e sua equipe de RH possuem e ainda não obtiveram resposta. Mas fique tranquilo, o convívio é muito fácil, basta conscientizar o corpo de funcionários sobre pequenas mudanças de comportamento e a pessoa com deficiência visual estará incluída.

Esse público é idêntico aos demais colaboradores. Eles não são de cristal, portanto não quebram se você conversar ou tocar neles. Não se esqueça, cegueira não é sinônimo de surdez, então não grite no ouvido do desavisado do ceguinho, senão ele leva um susto e corre o risco de perder a audição tornando-se um surdo-cego. Vale à pena lembrar, por ele não ser surdo faça as perguntas direto a ele e não ao seu vizinho de mesa ou acompanhante, a pessoa com deficiência visual fala, então ela responde por si.

Depois dessas dicas de comportamento vamos entrar nas pequenas ações que farão a diferença na inclusão da pessoa com deficiência visual no espaço físico da empresa. Mas não se assuste, você não terá que gastar nada com as alterações que serão explicadas.

Quando levantar de uma cadeira coloque no mesmo lugar que estava, apesar de possuírem pernas elas não andam sozinhas e não sairão da frente se um cego estiver indo ao encontro dela. Será acidente na certa e o tombo valerá alguns hematomas e futuras gargalhadas. Isso vale para todos, com a febre dos celulares colaboradores tidos como, hããã, normais, podem ficar distraídos com as redes sociais e tropeçar. Viu. A pessoa com deficiência visual não é diferente dos demais.

Para um cego total pouco importa se a luz está acesa ou apagada. Não se preocupe em correr na frente do ceguinho para acender o interruptor quando ele se dirigir a outro espaço do escritório, isso não fará diferença. Esta sua corrida pode causar um tropeção e o cego não entenderá o que aconteceu, ficando com cara de “UÉ” e perguntando, isto tinha a ver comigo?

Porta mal fechada e testa de cego se atraem. Nunca deixe entreaberta. Ao menos que você queira usar o cantar do galo que se formará na cabeça do seu ceguinho para despertar funcionários distraídos.

Fechar gavetas e portas de armários não quebra a mão de ninguém, porém podem ser quebradas se o desavisado do cegueta estiver andando e bater a perna nelas. Outro acidente iminente à vista... Não esqueça de fechá-las, dessa maneira seus antepassados não serão lembrados pela pessoa com deficiência visual em movimento. E olha que nessa hora a memória do seu ceguinho é excelente, ele se lembrará de todos até a quinta geração.

As empresas tem uma divisão espacial peculiar. Essas sugestões são genéricas e servem para a grande maioria dos conglomerados e incluirão o público com deficiência visual no ambiente de trabalho satisfatoriamente. Mas para ocorrer a inclusão total somente o funcionário cego ou com baixa visão saberá dizer onde e como a acessibilidade pode evoluir. Então não passe vontade, converse direto com a pessoa com deficiência visual e não com enxergantes que falam por eles.

Você gostaria que outra pessoa falasse por você? Então, os cegos e baixa visão também não.

 

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