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É de pequenino que se vende o pepino 105

Pra Cego Ver: Professor Wanderley veste polo listrada de azul e cinza, com a expressão de quem esta questionando, lábios apertados e mão como quem vai beliscar alguém. Fim da descrição. Publicado: 03-11-16
Colunista: Wanderley Rodrigues Junior, bacharel em Letras, Tradutor e Intérprete, coordenou a Academia de  Microfinanças do Banco São Paulo Confia, realizou cerca de 27 mil capacitações em empreendedorismo,  microfinanças e marketing pessoal. Atualmente realiza palestras sobre empreendedorismo e marketing  pessoal e ministra  Língua Portuguesa para candidatos a concursos públicos.
Foto: Edi Souza e Nalva Lima
 
Há mais de trinta e cinco anos, quando nem se imaginava o quanto se poderia  valer do empreendedorismo, eu já ensaiava os meus primeiros passos quando descobri que eu poderia ganhar dinheiro vendendo bonequinhos de gesso pintados à mão.
Começou com o que intuía propriamente o brinquedo: fazer uma pasta de gesso conforme as instruções, colocar nas formas, esperar secar e pintá-los. Nenhum segredo, exatamente uma brincadeira de criança, até que alguém elogiou a pintura e quis comprar o primeiro de mim. Curiosamente não relutei, como qualquer outra criança faria em ver o resultado de sua brincadeira indo embora. Eu havia gostado da ideia, mesmo porque eu sabia que o dinheiro que acabara de entrar seria revertido em guloseimas.
Daí começou uma pequena produção até que, quando me vi, meu pai começou a me ajudar comprando tintas melhores para que houvesse um melhor acabamento e maior vendagem. Ou seja, até nele o espírito empreendedor floresceu naquele momento. Deu tão certo que em poucas semanas eu já estava com um caixote de madeira na esquina de casa nos dias de feira.
Infelizmente, como disse anteriormente, não era uma época em que o empreendedorismo se destacava como hoje e muito menos meu pai tinha conhecimentos suficientes para me guiar. No entanto, hoje pode ser feito diferente e, inclusive, estreitando os laços familiares.
Comece fazendo com que a criança tome conhecimento das despesas e necessidades de casa, o que todos consomem e o quanto isso pode interferir no dia a dia e nas horas de lazer, ou seja, menos dinheiro, menos passeios e brinquedos. Deixe com que ela perceba que nada vem de graça, que existe todo um processo de trabalho e gasto de energia, mas que sempre no final há a recompensa da satisfação.
Por isso é interessante incluir não só os bons resultados, o que se pode comprar e consumir, mas os problemas em não poder comprar tudo aquilo que se deseja. Fazê-la enxergar que não existe orçamento totalmente estável e que a cada mês existem os altos e baixos dentro e fora de casa. Deixe-a participar nas discussões do orçamento familiar. Não se esqueça de que a mesada faz parte disso.
Se ela quiser consumir algo a mais, que ela faça a mesada dela render e que os pais não abram mão de adiantamentos ou “aquele por fora”. A limitação financeira poderá motivá-la a criar outros meios de arrecadação: venda de gibis ou livros já lidos, confecção de “cupcakes” e docinhos, venda de roupas usadas em brechós, comercializar figurinhas repetidas, criar planilhas de organização para os colegas, confecção de porta-trecos, etc.
Quando houver uma entrada ou resultado da economia doméstica, leve à mesa e não se prive de elogios a todos os envolvidos, assim como para com a criança quando ela tiver êxito em seus negócios. É hora de elogiar os resultados e estudar os problemas e dificuldades, nunca criticando ou menosprezando o seu esforço. O mérito aqui é mostrar a ela que obstáculos existem para que sejam superados e não que se transformem em maiores entraves.
O fracasso faz parte da aprendizagem e que todos passam por isso na vida e não só dentro do processo empreendedor. Conte a ela alguma dificuldade sua por que passou, como foi e como conseguiu superá-la. Exemplos dos pais são muito construtivos para fortalecimento do caráter da criança.
Por isso que os pais devem, acima de tudo, mostrarem-se como verdadeiros mentores, propondo novos desafios, escutando propostas de soluções e questionando resultados. O mal dos pais modernos é querer entregar tudo pronto e acabar de vez com uma eventual “dor de cabeça” tão rápido quanto possível.
Um verdadeiro mentor deixa a tarefa a ser feita e supervisiona de longe, mesmo que note que houve o erro. Deixar a criança livre para usar a própria criatividade para encontrar meios e soluções poderá surpreender os pais.
E sempre que houver a oportunidade de também mostrar a ela que o resultado obtido poderá ser compartilhado no auxílio do próximo é de muita valia. Ela aprenderá que o efeito de seu esforço e obtenção de bons resultados poderá interferir na vida de terceiros de modo modificador e benéfico. 
É muito importante estimular os filhos a terem uma visão da vida por outras perspectivas e entender a dor do outro e que problemas maiores que os deles existem. Mas que, todos trabalhando com foco e empenho, pode-se fazer a diferença da transformação social.
 
Outras informações: 
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