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Sítios da internet são construídos sem recursos de acessibilidade

#PraCegoVer Renato Barbato esta sentado produzindo seu artigo em um computador comum com auxílio de um software gratuito que permiti a Barbato acessibilidade e produção como qualquer outra pessoa mesmo sendo cego. Fim da descrição.
 
Desenvolvedores não cumprem legislação
 
Publicado: 26-10-16
 
Por: Renato Barbato
 Colunista: Renato Barbato é jornalista, palestrante, locutor, apresentador no programa “Papo no Balcão”, Arquiteto Urbanista, graduado pela Faculdade Belas Artes-SP e Técnico Eletrotécnico. Enquanto liderança atuou no Grupo de urbanismo da entidade e como diretor na modalidade Técnico (entre 2001 a 2003).  Movimento Cidade Para Todos (Fundador e representante), Vice-coordenador do GT Acessibilidade (em 2011), representante titular do IAB/SP na CPA – Comissão Permanente de Acessibilidade do Município de São Paulo (desde 2011). CADEVI – Centro de apoio ao deficiente visual é associado (desde 2013) e conselheiro (de 2014 a 2017). 
 
Foto: Edi Sousa Studio Artes
 
Desde o surgimento oficial do ENIAC, o primeiro computador do mundo, no longínquo ano de 1946, a humanidade vê a comunicação e a informação passar a galope na sua frente. O vovô dos cérebros eletrônicos ocupava um espaço monstruoso e levava aproximadamente 30 segundos para fazer cálculos balísticos que anteriormente levava quase doze horas. Hoje se falamos em 30 segundos ou equipamentos gigantescos seremos defenestrados porque a velocidade da informação leva milissegundos.
A cobrança não é diferente com a pessoa com deficiência visual que entra para trabalhar em uma empresa, ela precisa cumprir metas, pesquisar, falar com o escritório do outro lado do planeta e para conseguir isso é preciso utilizar bons computadores, tablets, notebooks ou smart phones.
Nesse ponto do texto muitos desavisados arregalarão os olhos, deixarão o queixo cair e horrorizados gritarão:
“Um cego usando computador, chegamos no Apocalipse”.
Claro que não, os cegos ou baixa visão aprendem com facilidade a utilizar esses equipamentos eletrônicos, ganham habilidade rapidinho e tem prazer e interesse em navegar pela internet. Mas aí é que mora o perigo. Será que a internet tem prazer em receber um tadinho de um ceguinho em suas páginas?
Infelizmente uma boa parte dos sítios não é acessível ou amigável as pessoas com deficiência visual existem alguns softwares leitores de tela com a finalidade de ler tudo que aparece em letra, como o software livre e de código aberto NVDA, mas ele não é um santo milagroso, para ser utilizado o sítio deve ser construído seguindo o padrão W3C - World Wide Web Consortium, um consórcio fundado em 1994 que dita normas padrão para criação de conteúdo web totalmente acessível, mas que a esmagadora maioria dos construtores de páginas não utiliza.
Então a pessoa com deficiência visual fica no meio da batalha, o empresariado pressionando por produtividade sem ter conhecimento que a internet ou sua intranet está inacessível, por outro lado os criadores das páginas dando de ombros para a acessibilidade.
Por viver essa realidade, Fernando Botelho, sociólogo formado pela Universidade de Cornell e mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Georgetown, depois de atuar como Diretor Adjunto do Banco UBS em Zurique, esse curitibano resolve voltar ao Brasil e funda a F123, uma ONG voltada a facilitar o acesso à internet e a intranet para cegos ou baixa visão.
O primeiro produto lançado, o F123 Visual tinha como finalidade funcionar como um sistema operacional independente, que possibilitava a pessoa com deficiência visual trabalhar mesmo sem ter um leitor de tela instalado em seu equipamento. Inquieto, sentiu a necessidade de criar algo que tornasse as páginas de intranet e internet acessíveis, afinal o cegueta não trabalha somente com softwares editores de texto ou planilhas eletrônicas, como qualquer outro funcionário ele precisa utilizar a web.
Então surgiu o F123 Access, um complemento que promove melhoria nas páginas, colocando rótulos onde ele não existe, proporcionando que o leitor de tela capture o que está escrito e não fique apenas falando, “link”, “gráfico”, “botão” e quetais.
Na maioria das vezes ele faz isso automaticamente, mas quando é necessário devido ao sítio ter sido muito mal construído tem a intervenção dos desenvolvedores do complemento.
Claro, essa não é a situação ideal, o melhor seria que quem produz conteúdo online tivesse consciência para fornecer um produto acessível no seu nascedouro, mas enquanto os web designers ficam presos apenas ao visual, o público cego ou com baixa visão encontra nesse complemento um auxílio importantíssimo para o seu crescimento profissional.
Sem essa ferramenta e com os sítios ainda muito inacessíveis o cego fica cego duas vezes, afinal ele não consegue ler o que está na tela e menos ainda ouvir, simplesmente porque ocorreu erro gravíssimo na gestação das páginas.
Enquanto essa dificuldade não for solucionada muitos profissionais com deficiência visual podem ver, ou melhor, podem sentir seu crescimento individual escorrer pelos dedos, não por falta de capacidade ou  vontade de trabalhar, mas por falta de oportunidade e sistemas com desenho universal que possibilita ao “taducho do cegueta” interagir com os mais modernos meios de comunicação, como qualquer outro colaborador, huuummmmmm, digamos, normal, que atua em uma corporação.
Fica o desafio aos cérebros de plantão, acessibilidade ampla, geral e irrestrita na internet e na intranet JÁ.
 

 Outras informações:

www.paponobalcao.com.br
barbato.renato7@gmail.com
paponobalcao@gmail.com
Celular TIM: (11) 99397-0327 (Operadora TIM) WhatsApp
 
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