Quando o emprego vem falta o acesso ao local de trabalho
Publicado: 22-7-16
Por: Renato Barbato
Colunista: Renato Barbato é jornalista, palestrante, locutor, apresentador no programa Papo no Balcão, Arquiteto Urbanista, graduado pela Faculdade Belas Artes-SP e Técnico Eletrotécnico. Enquanto liderança atuou no Grupo de urbanismo da entidade e como diretor na modalidade Técnico (entre 2001 a 2003). Movimento Cidade Para Todos (Fundador e representante), Vice-coordenador do GT Acessibilidade (em 2011), representante titular do IAB/SP na CPA Comissão Permanente de Acessibilidade do Município de São Paulo (desde 2011). CADEVI Centro de apoio ao deficiente visual é associado (desde 2013) e conselheiro (de 2014 a 2017).
Foto: Edi Sousa Studio Artes
Andar pelas calçadas é um tormento para todo cidadão
- Parabéns, a vaga é sua!!!
Essa é a frase mais esperada pela pessoa com deficiência visual quando está em frente a um gestor de RH. Ela é a libertação das amarras da dependência de familiares ou instituições assistencialistas, mas nem sempre trará a liberdade ampla, geral e irrestrita.
Para o funcionário chegar ao seu local de trabalho ele precisa circular por calçadas, nascendo aí um grande problema, não só para a pessoa com deficiência visual mas para a maioria dos cidadãos brasileiros.
O estado de conservação dos passeios públicos das nossas cidades é caótico, na maioria das vezes sendo um potencial gerador do aumento de pessoas com mobilidade reduzida, devido a acidentes causados por buracos, degraus, rampas e demais arapucas espalhadas nesse ambiente urbano.
Falando da pessoa com deficiência visual é preciso ter piso tátil no centro da faixa livre em todos os passeios, senão como ele andará com segurança e autonomia?
Se alguém responder que ele pode caminhar seguindo um muro, está enganado, vamos colocar a massa cinzenta para trabalhar, afinal não faz mal a ninguém e evita o alemão, o tal de Alzaimer.
Vários lugares não existe muro, como por exemplo postos de combustível, então aí o tadinho do ceguinho perde seu referencial, precisando de auxílio, até aí tudo bem, o pior é ter de ouvir:
Que família desalmada, deixar você sair sozinho.
Mais desalmada é a família de um sujeito que diz isso, ele é que não poderia sair sozinho, falta de cérebro é pior que falta de visão.
Outros inconvenientes de não ter piso tátil é ter de passar próximo aos portões, de repente, aquele Totozinho, tão bonitinho começa a latir e dá um baita susto no cegheta.
E as pingadeiras de portões e varandas?
Parece até que elas são programadas para gotejar quando passa o desavisado do ceguinho, sempre cai a gota suja na cabeça dele.
Se tiver alguma jardineira com Coroa de Cristo certamente ele chegará ao local de trabalho como um indigente, sua calça ficará toda rasgada nos espinhos dessa planta.
Como todo bom brasileiro, ele conseguiu vencer todas as barreiras e chegou ao seu novo emprego, rasgado, estressado, mas na expectativa que o poder público assuma a construção, reforma e manutenção das calçadas, para finalmente andar com tranquilidade como faz as pessoas com deficiência em países desenvolvidos.
Afinal, as calçadas faz parte do sistema viário e se o viário é de responsabilidade da Prefeitura, então...
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