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Empreendedorismo Social e Acessibilidade Digital é tema de pesquisa inédita de estudantes franceses

Descrição da Imagem: Reunião no Instituto Mara Gabrilli, com estudantes da França e a equipe do Pró Trabalhador Agência de Notícias. Fim da DescriçãoPublicado: 05-6-16
Texto: Regina Ramalho
Foto: Edi Sousa Studio Artes 
 
Antes de conhecermos a história da F123 e dos estudantes franceses. O Pró Trabalhador quer saber se vocês sabem o que é “Empreendedorismo Social”?
Vamos ao conceito: Classifica-se por empreendedorismo social, empreendimentos pautados em “Responsabilidade Social” e que tem a pretensão de ganhar dinheiro, isso mesmo, obter lucro. Mas com responsabilidade e propondo ou apresentando soluções por intermédio de produtos e serviços que resolvem ou amenizam problemas da sociedade. 
 
Este ano essa é uma das metas de nossa agência. Levantar e divulgar, histórias como as da F123 e deste modo contribuir para o surgimento de outras inciativas neste campo. 
 
Desde fevereiro (há quatro semanas no Brasil), os estudantes Raphael Sahagian, Victorien Tixier, Margot Bréard e Axelle Lhermitt da universidade HEC em Paris, especializada em formar ‘líderes do amanhã’ em estudos de comercio, pesquisa, gestão e empreendedorismo, estão realizando um intercambio cultural e contribuindo para uma pesquisa com o público deficiente visual e cegos junto com a empresa brasileira “F123”, do sociólogo Fernando Botelho.
 Descrição da imagem: Banner de divulgação F123. Fim da descrição
Botelho é cego e junto com outros parceiros desenvolveu a “F123”, com objetivo de desenvolver software (F123 Access), que reformata os portais de mais interesse do público com deficiência visual, de maneira a facilitar acessibilidade digital tornando a navegabilidade mais prática e fácil. 
 
“Trocando em miúdos’ o software funciona limpando todo tipo de barreiras que dificultam o leitor deficiente a chegar a informação de seu interesse. Atualmente a maior parte dos sites, incluindo os de órgãos públicos, são como ruas e calçadas esburacadas, o que dificulta o acesso destes leitores a educação, serviços e até mesmo ao conhecimento de programações culturais, gastronômicas e comerciais. 
 
Os estudantes de Paris avaliam por intermédio de um questionário (anônimo) com o tema: “Acessibilidade na internet para as pessoas cegas” que pode ser respondido online “clicando aqui” . O tempo estimado para ser preenchido é de 5 minutos. O trabalho vai avaliar o “impacto social” da empresa F123 na vida de seus usuários, mas também funciona como uma semente para motivar que outras empresas venham a investir na acessibilidade para atrair e atender também estes consumidores. 
 
Para ter êxito a pesquisa deve ser respondida até o próximo domingo (dia 10) pelo maior número de pessoas (usuárias ou não da F123). Por isso, o portal Pró Trabalhador Agência de Notícias, equipe e parceiros resolveram colaborar para o projeto e ajudar na divulgação.
 
Entramos com diversas instituições da cidade, e recebemos retornos e apoio de duas delas: Adeva que em breve os leitores conhecerão em outra reportagem e está divulgando o questionário junto aos seus contatos e a equipe do Instituto Mara Grabrilli, que além de divulgar para sua rede, recebeu nossa equipe e os estudantes, para um bate papo e suporte.
 
Primeiramente conversamos com a Magda Paiva, que é assessora parlamentar e consultora. Cega, Magda conhece bem as barreiras que a deficiência visual traz inclusive na web.
“Faço um curso universitário a distancia também como assessora, uso muito a internet, mas nem tudo que encontro na web está realmente acessível para os deficientes visuais”, revela. Magda. 
 
Curiosidade: 
 
Descrição de Imagem: Magda Paiva assessora, consultora e cega orientando a reunião. Fim da DescriçãoPró Trabalhador: Além do braile a tecnologia facilitou o acesso aos conhecimentos para os deficientes visuais?
Magda: Apreendi a ler em braille que é a leitura por pontos em alto relevo, hoje não leio mais tanto em braille em razão dos custos e dos volumes serem grandes. Os livros digitais facilitam bastante, principalmente para as pessoas que não são cegos de nascença, mas acredito que o braille também é fundamental, pois exercita e contribui para o raciocino, principalmente das crianças. 
 
Pró Trabalhador: Qual a melhor maneira de fazer uma descrição de imagem?
Magda: Não existem receitas, cada um vai preferir de uma maneira. Na dúvida pergunte para o deficiente. Nos textos online procure descrever o que for mais relevante em detrimento do assunto abordado. 
A deputada Federal, Mara Gabrilli, mesmo com a agenda apertada, como sempre achou um tempo para conversar com nossa equipe e os estudantes. 
 
 
Descrição da Imagem: Mara Gabrilli explicando o artigo da LBI que trata da questão de acessibilidade na web e conversando com estudantes. Fim da Descrição
 
Pró Trabalhador: De que maneira o acesso à web pode contribuir para inserção das pessoas com deficiência na sociedade e em especial no mercado de trabalho?
Ganhamos do instituto um exemplar da Lei Brasileira de Inclusão e a Deputada nos explicou: 
Mara: Muito! No Capítulo II, artigo 63, já existe legislação que obriga acessibilidade nos sítios da internet com representação comercial no país ou por órgãos públicos, seguindo as diretrizes de melhores práticas institucionais. 
 
Pró Trabalhador: O que falta para que de fato ocorra a acessibilidade?
 Mara: Para que acessibilidade ocorra é necessário o poder público incentivar  o uso das tecnologias assistiva e as empresas invistam na aquisição destes recursos. 
 
A entrevista com a Mara na integra você encontra em breve no nosso canal do You Tube.  Continue acompanhando nossas pautas e outras informações sobre a F123 podem ser solicitadas através do e-mail: info@f123.org