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Deficiência visual tem menor número de trabalhadores formais Empresários alegam falta de capacitação

 
Descrição de Imagem: Colunista Renato Barbato aparece sério (o quê  é raro, pois  o colunista possui como principal característica o bom humor), e de braços cruzados. Fim da descrição.  Publicado: 28-06-16
Artigo por: Renato Barbato
 
Renato Barbato é palestrante, locutor, apresentador no programa “Papo no Balcão”, Arquiteto Urbanista, graduado pela Faculdade Belas Artes-SP e Técnico Eletrônico. Enquanto liderança, atuou no Grupo de urbanismo da entidade e como diretor na modalidade Técnico (entre 2001 a 2003).  Movimento Cidade Para Todos (Fundador e representante desde 2011), Vice-coordenador do GT Acessibilidade (em 2011), representante titular do IAB/SP na CPA – Comissão Permanente de Acessibilidade do Município de São Paulo (de 2011 a 2015). CADEVI – Centro de apoio ao deficiente visual é associado (desde 2013) e conselheiro (de 2014 a 2016). 
 
O censo demográfico realizado no ano de 2010 pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, revelou números impressionantes sobre a quantidade de pessoas que se declaram com algum tipo de deficiência. São quase 24 por cento de cidadãos brasileiros que se auto declararam pessoas com deficiência e desse total, 18,8 por cento são de deficientes visuais.
Então vem a pergunta que não quer calar:
 
Se a população cega ou com baixa visão é a maior entre as deficiências, porque na RAES – Relação Anual de Emprego e Trabalho, são proporcionalmente as que possuem menor número de contratados pela Lei de Cotas?
 
Os empresários alegam não encontrar profissionais capacitados para assumir os postos, enquanto, vários deficientes visuais que passaram por entrevista, afirmam ouvirem ao final da conversa: “Sua qualificação é muito maior do que a que o cargo exige”.
 
Como existem duas versões, com quem está a verdade?
 
Verdade absoluta não existe em lugar algum do universo, então vamos aos fatos.
 
Conheço vários deficientes visuais formados em direito, análise de sistemas, programação, jornalismo, pedagogia, entre dezenas de outras graduações que não conseguem colocação formal, fazendo cair por terra a afirmação empresarial. Qualificação existe, mas pelo visto, o empresariado busca cegos ou baixa visão para a seção ‘rec-rec’, também conhecida como ‘fica num canto e não atrapalhe o funcionamento da minha empresa’.
 
Qual o medo que os empresários têm em contratar alguém com deficiência visual? Será que, como não conseguem se enxergar, e aqui não existe trocadilho, executando funções dentro de uma organização, se fossem cegos, pensam erroneamente, que as pessoas com deficiência visual não tem competência para atuar dentro de suas empresas?
 
Conheço vários casos de pessoas que são contratadas, recebem salário, mas não comparecem aos postos de trabalho, exatamente porque na hora da assinatura do vínculo empregatício, foram instruídas a ficar em casa, recebendo sem trabalhar.
 
Aqui está o outro lado sujo da moeda, porque uma pessoa com deficiência que se presta a tal malandragem, está passando a mensagem ao empresariado que os deficientes são acomodados e só querem se beneficiar da situação, fechando portas às futuras gerações.
 
Certamente corporações que agem dessa maneira, estão fazendo apenas para deixar de pagar multas e cumprir a Lei de cotas, não possibilitando a essa pessoa, mostrar o seu potencial e utilidade para o conglomerado.
 
Já pessoas com deficiência que se presta a esse desserviço, querem continuar sendo deficientes de carteirinha, que transitam de uma associação à outra, sem comprometimento com regras, justas e honestas de cidadania.
 
Porque existe tanta discriminação velada é o que ninguém se expõe a responder, quando questionado, o empresário faz aquela cara de paisagem e afirma não saber que o fato ocorre dentro de sua empresa. Já o deficiente se sente ofendido e declara não pactuar com atos desonestos e imorais.
 
Faz-se fundamental que a deficiência visual seja desmistificada. Esse espaço buscará mostrar as pessoas que um cego ou baixa visão é uma pessoa normal como qualquer outra, apenas não enxerga, mas pensa, fala, escuta, ama, chora, sorri, enfim tem sentimento como qualquer ser humano tido como, hã, digamos, normal.
 
É importante que essa visão seja passada aos gestores de RH, formadores de opinião sobre o mundo do trabalho, além do próprio empresário, para que num futuro próximo, a pessoa com deficiência visual possa ter orgulho de fazer parte de uma cadeia produtiva e suprir suas necessidades com reconhecimento pelo que faz dentro de uma corporação.
 
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