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Tomada de Decisões

Na edição desta semana professor Wanderley Rodrigues Junior mexe em um  vespeiro: ‘Amigos, amigos; negócios à parte!’. Hoje, boa parte dos pequenos e médios negócios é feito entre familiares ou amigos. Como tomar uma decisão nestes casos? Como passar uma avaliação negativa? Confira o artigo.  
 
Wanderley 2016Publicado- 26-03-15
Colunista-Wanderley Rodrigues Junior, bacharel em Letras, tradutor e intérprete, coordenou a Academia de Micro-finanças do Banco São Paulo Confia, realizou cerca de 27 mil capacitações em empreendedorismo, micro-finanças e marketing pessoal. Atualmente ministra palestras sobre empreendedorismo, marketing Pessoal e língua portuguesa para concursos públicos.
Foto- Edi Souza e Nalva Lima
 
Nem sempre tomar decisões importantes na vida de um empreendedor, dentro de seu ramo de negócios, é apenas fechar bons negócios ou saber em que investir ou não.
 
Tomar decisões materiais é a parte mais fácil, digamos assim, pois ao se fazer uma aquisição ou substituição e não dá certo é só voltar ao começo, estudar a situação com maiores detalhes, agir novamente e, se continuar errando, ir fazendo até acertar, com base na aprendizagem obtida através dos próprios erros. Uma hora tudo se ajusta e chega-se ao ponto certo.
 
Mas e quando os ajustes forem com pessoas? 
O material humano é muito delicado a ser trabalhado pelos dois lados: o empreendedor não pode se deixar confundir os sentimentos com o profissionalismo, mas também não pode ser tão frio e calculista a ponto de se autodesenhar um esteriótipo de um ser cruel, desumano e mercenário.
 
Do outro lado da balança está o colaborador que muito provavelmente levantará todas as suas justificativas, inclusive as psicológicas, para que o patrão tenha-lhe compaixão e as juras de que melhoras em desempenho e profissionalismo virão. Às vezes, haverá sim um fundo de verdade, mas também haverá muitas outras em que a malandragem e a boa atuação teatral entrarão em cena.
 
Por isso a importância em se habituar a fazer avaliações periódicas e pontuais, pois quando surgir um eventual fato em que se deva chamar a atenção ou intervir em determinado problema, o perfil daquele profissional já estará pré-delineado e, assim, haverá um menor índice de um julgamento errôneo e impreciso.
 
Além de que o empreendedor não estará dando brechas para virar o vilão da história. Com os “feedbacks” sempre sendo conversados e passados aos seus respectivos avaliados, os mesmos não poderão se utilizar da escora do “eu-não-sabia-ninguém-me-avisou”.
 
Durante a avalição, e mesmo durante o “feedback”, o sentimentalismo deverá ser colocado de lado. Esquecer por momentos que dura ali uma amizade de anos ou que exista um elo de carinho e amor (muitos casais trabalham juntos) é ponto que deve ser respeitado.
 
Deve-se ficar claro que uma avaliação negativa ou corretiva não quer dizer o início do rompimento de um relacionamento fora do ambiente de trabalho. Ao contrário! O empreendedor deve ter a sensibilidade em saber conversar, em saber empregar cada palavra com determinação e ponderância para mostrar que aquele é um momento profissional e que a pessoa aprenda e cresça.
 
Feito um trabalho de avaliação sincero e às claras, sem favorecer ou denegrir ninguém, fará com que a tomada de decisão em continuar ou não com aquele colaborador seja algo esclarecedor e até motivador para que a segunda parte ao menos tente mudar a sua maneira de trabalhar e saia agradecido por ter tido uma oportunidade em que alguém lhe fora franco e direto. Isso é se importar não apenas com a qualidade de sua produtividade, mas se importar com o próximo, ajudando-o a crescer na linha da aprendizagem verdadeira, sem demagogias ou falsos elogios. 
 
Amigos, amigos; negócios à parte!