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Adaptabilidade

Essa semana o professor Wanderley Rodrigues Junior, fala sobre a necessidade de adaptação, e traz um caso ocorrido em Palmas no Tocantins para mostrar que muitas vezes bastam apenas visão e adequabilidade para transformar obstáculos em oportunidade. 
 
Wanderley 2016Publicado: 11/06/15
Colunista: Wanderley Rodrigues Junior, bacharel em Letras,  Tradutor e Intérprete, coordenou a Academia de  Microfinanças do Banco São Paulo Confia, realizou cerca de 27 mil capacitações em empreendedorismo,  microfinanças e marketing pessoal. Atualmente realiza palestras sobre empreendedorismo e marketing  pessoal e ministra  Língua Portuguesa para candidatos a concursos públicos.
Foto: Edi Souza e Nalva Lima
 
Uma palavrinha que mais parece ter saído de um desses joguinhos de trava-língua, mas que a sua aplicação pode fazer uma grande diferença nas horas em que o empreendimento inclina-se às linhas limítrofes do vermelho.
Já comprovado cientificamente, o ser humano é o único animal na Terra que possui este dom, esta facilidade em poder adaptar-se quando diante das mais diversas intercorrências.
 
E todo aquele que intenciona ser um empreendedor consolidado no mercado e almeja sucesso financeiro e de estabilidade, em qualquer época do ano, deve estar consciente de que é de sua exclusiva responsabilidade aprimorar-se neste item.
 
O sonho realizado em erguer uma sorveteria, por exemplo, e faturar alto no verão é ótimo e fácil; quero ver como sobreviver durante três meses de inverno, pois as contas não tiram férias, não é mesmo? Portanto eis a pergunta que não quer calar: você está pronto para se adaptar a uma nova realidade? Por que, neste caso da sorveteria, não já haveria se pensado em oferecer ou formular, para as estações ou aos dias mais frios, um cardápio mais quente, como um “petit gateau” ou alguma iguaria flambada com sorvete?
 
Fato interessantíssimo ocorreu recentemente na cidade de Palmas, Tocantins, e que viralizou nas redes sociais: por ironia do destino, um bar ficou ladeado por duas igrejas evangélicas. O negócio sucumbiu, segundo Joaquim Araújo (53), o seu proprietário, pois as vendas caíram quase 80%. Ele inaugurou o seu humilde boteco em julho de 2014; alguns dias depois apareceu a primeira igreja e a segunda em dezembro, quando resolveu mudar de endereço.
 
No entanto, Araújo não explorou, por falta de conhecimento e percepção, o espírito empreendedor que lhe cabe: achou mais conveniente simplesmente mudar o empreendimento para uma quadra atrás, em um imóvel de esquina, justamente para não correr o risco do cerco divino.
 
Mas para que arcar com tantas despesas mais (reforma do novo imóvel, mudança, etc.) se poderia ter se adaptado e levado ao novo público oferta para as suas necessidades mais evidentes? Ao invés de bebidas alcoólicas, sucos de frutas variadas e vitaminas. Outra proposta seria deixar expostos alguns sabores de bolos para acompanhar aquele café com leite sempre bem-vindos depois do culto. Até poderia ter montado algumas prateleiras com exemplares de bíblias, revistas, edições e CDs de cunho religioso. Nitidamente lhe faltaram algumas dicas de técnicas de vendas.
 
Pode faltar iniciativa ou dinheiro, por descuido ou por ignorância no assunto, mas uma coisa é certa: criatividade é que não falta ao povo brasileiro. Portanto, empreendedor, acredite mais em si mesmo e em seu potencial criativo a fim de que este seja uma ferramenta agregadora ao seu senso de adaptabilidade.