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Paixão cega

O colunista e professor de empreendedorismo Wanderley Rodrigues Junior, na edição desta semana afirma:“O empreendedor que está empenhado e determinado em seus ideais quer, acima de tudo, fazer e trazer mudanças positivas não só para consigo, mas para o mundo, com o intuito final de torná-lo em um lugar melhor para se viver”.
 
Publicado: 27/08/15
Colunista: Wanderley Rodrigues Junior, bacharel em Letras,  Tradutor e Intérprete, coordenou a Academia de Microfinanças do Banco São Paulo Confia, realizou cerca de 27 mil capacitações em empreendedorismo, microfinanças e marketing pessoal. Atualmente realiza palestras sobre empreendedorismo e marketing  pessoal e ministra  Língua Portuguesa para candidatos a concursos públicos.
Foto: Edi Souza e Nalva Lima
 
Wanderley 2016Se empreender é chegar à realização de um sonho, de um ideal, isso significa que o empenho da pessoa para tal esteja sendo motivado pelo amor a este trabalho que ela esteja fazendo, correto? Digamos que seja um amor incondicional até.
Mas cuidado: o amor em excesso pode tornar-se uma paixão avassaladora com efeitos contrários e perniciosos em sua própria origem, afinal tudo que é em excesso torna-se prejudicial.
 
O empreendedor que está empenhado e determinado em seus ideais quer, acima de tudo, fazer e trazer mudanças positivas não só para consigo, mas para o mundo, com o intuito final de torná-lo em um lugar melhor para se viver.
 
O que a pessoa não acaba percebendo, mergulhada frenética e profundamente neste sentimento, é que, em meio à sua busca diária para tal realização, ela pode entrar em um mundo de rotinas diárias e, o que é pior, começar a transformar o que era um sentimento de felicidade em um sentimento de ócio e de desmotivação, pois nota que tudo acaba por tornar-se apenas uma rotina inútil. A rotina enjoa!
 
Empreender não é só sustentar a realização de um sonho, mas a contínua procura por novos desafios, uma busca de soluções para eventuais problemas, até se antecipando a eles, é fazer de cada decisão tomada uma surpresa de resultados.
 
A felicidade e a satisfação empreendedora não se originam do que você se programou a fazer ou ama simplesmente, mas do que você realmente esteja fazendo para que os efeitos surjam e se sobressaiam por si só.
 
São as pesquisas diárias por notícias e novidades no mercado, a camaradagem com os seus colaboradores, o planejamento em se ganhar mais um cliente, a satisfação em encontrar a solução de um problema até visto em outra empresa, fechar uma parceria inusitada ou um novo negócio que lhe trará a satisfação no que estiver fazendo.
 
Você deve estar apaixonado não só pela sua ideia inicial, mas também pelas tarefas diárias que fazem o empreendimento continuar andando.
Continuar a amar o que faz é preciso sim, no entanto, deixar que este amor vire uma paixão poderá criar armadilhas. A pessoa que investe tanto em suas ideias, apenas as enaltecendo, pode ficar cega perante as oportunidades de crescimento e expansão dos negócios.
 
Concentre-se não só em seu trabalho, mas naquilo que esteja acontecendo ao seu redor e no você esteja atuando. Expanda, então, essa sua paixão não só pelo seu produto ou serviço, mas pelos resultados de sucesso da equipe como um todo, pela superação dos problemas em que todos estavam engajados e por passar a concorrência fazendo o negócio crescer e conseguir ver a alegria de satisfação do trabalho diário no semblante de cada colaborador seu.
 
Lembre-se sempre de que o sucesso nos negócios e na sua carreira vem de um amor que não está apenas atrás de sua mesa, mas do que você está fazendo junto e pela sua equipe. O amor, ou que seja paixão, só colhe bons frutos quando sai da individualidade e acolhe a pluralidade.