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Agradar a quem?

Na coluna desta semana o professor Wanderley Rodrigues Junior, fala sobre a importância de pesquisar o mercado, oferecer novidades e agradar a diversos perfiz de consumidor (confira). 
 
Publicado: 03/09/15
 
Colunista: Wanderley Rodrigues Junior, bacharel em Letras,  Tradutor e Intérprete, coordenou a Academia de Microfinanças do Banco São Paulo Confia, realizou cerca de 27 mil capacitações em empreendedorismo, microfinanças e marketing pessoal. Atualmente realiza palestras sobre empreendedorismo e marketing  pessoal e ministra  Língua Portuguesa para candidatos a concursos públicos.
Foto: Edi Souza e Nalva Lima
 
Wanderley 2016A motivação pela qual você chegou a empreender não deve ser confundida com a realização de uma satisfação pessoal em sua plenitude nem com a colocação em prática de seus gostos e preferências à frente de seu público.
 
Uma coisa é o empreendedor ter tornado o seu sonho em realidade comercial e, com isso, ganhar prestígio, sucesso e dinheiro com aquilo que gosta e se identifica. Outra coisa é aceitar a realidade que o mercado exige e conseguir adaptar-se às suas predileções. Não se pode mais, hoje em dia, ficar engessado para não ficar para trás.
 
Por exemplo, se a sua intenção for abrir uma loja de cosméticos nem pense em colocar escovas de cabelo apenas com os cabos com as cores de sua preferência. Tem de haver um sortimento de cores e modelos para não acabar restringindo a clientela. Pesquise a cor do batom ou do esmalte que está na novela das nove e com as celebridades, mesmo que seja a seu contragosto. 
 
O pensamento pode até vir como um “nossa, eu nunca usaria isso”, mas coloque na sua cabeça que você abriu um empreendimento que satisfez o seu ego, o seu sonho, mas quem vai consumir é uma outra pessoa, o seu cliente final e é a ele que você deve servir. 
 
Agora é você no papel de realizador de sonhos e desejos. Seja um gênio da lâmpada eficiente e obediente!
 
E mais: veja o processo todo comercial e empreendedor como uma via de duas mãos. De um lado chegará sempre alguém procurando por algo e o outro terá que saciar esta procura com uma generosa oferta sempre de imediato desse algo. Mesmo porque se não o fizer, a concorrência já está de olho neste cliente que saiu de sua loja sem uma sacolinha na mão.
 
É fato já comprovado: o cliente que não encontra o que quer e como quer não volta. E o pior: ele ainda espalha a quem lhe perguntar que a loja X nunca tem nada. Isso mesmo! Um único item que ele não encontrou em uma única ida ele já generaliza drasticamente como “tudo”, “nada”, “ninguém”.
 
A dica é manter-se atualizado acompanhando os programas de TV, pesquisando em revistas dos famosos o que está em alta, o que poderá virar uma tendência, a próxima moda em todos os sentidos, áreas e idades.
 
Por exemplo, soube ganhar muito dinheiro quem se aproveitou da época das telemensagens (agora desenterrei do fundo do baú, heim?!). Foi um “boom” essa moda em se passar mensagens fonadas à pessoa amada, à paquera, enfim, um presente inusitado que apareceu, viralizou (como se diz hoje), mas acabou desaparecendo tão rapidamente quanto surgiu.
 
Da mesma forma um apetrecho que aparece em um capítulo de novela, já no outro dia está nas ruas nas mãos dos camelôs. E eles sabem aproveitar a deixa, pois também sabem que é mais uma moda passageira.
 
Mas não vá com muita sede ao pote. Saiba limitar-se em expor e vender poucas peças e de maneira bem sortida. Não adianta estocar número grande de mercadorias. Se acabar rápido (tomara!) volte a comprar um pouco mais e assim vá trabalhando. 
 
Tentar agradar a clientela é saber agradar o seu livro-caixa e manter a sua contabilidade sem sair de moda.