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Necessidades Especiais... de quem?

Participando de mais uma edição de um evento em que reuniu centenas de oportunidades de empregos à população paulistana, bem como cursos e palestras em diversas áreas e temáticas, não foi o nível de organização que me agradou e me surpreendeu mais uma vez. Muito menos o número de pessoas na fila ou de assistidos efetivamente. O que mais me chamou a atenção foi mais uma vez encontrar uma falha primária e básica no atendimento ao público: o despreparo em atendimento.
 
Atendimento especificamente ao público portador de necessidades especiais. Ou será que este mesmo público se autossustenta, está isento de todas as taxas de serviços e não precisa de trabalhar para conseguir o seu dinheiro? Difícil!
 
Wanderley 2016 Pontos muito positivos devem ser ressaltados e parabenizados sim! Havia atendimento bilíngue para haitianos, rampas de acesso e banheiros químicos adaptados, mas em nenhum momento se pensou no público surdo-mudo. Não havia nenhum agente preparado em libras nas salas de palestras nem na fila de entrada do evento nem no espaço que atendia à demanda de vagas. Será que estão todos empregados sem haver a necessidade de oferecer vagas de empregos a eles? Será que não haveria, por parte deles, uma vontade em participar das palestras e oficinas promovidas durante o evento?
 
Não culpo em nenhum momento a organização do evento, pois isso está se tornando um fato tão natural de esquecimento (sim, imperdoável, mas um esquecimento) por ser, parece, um ponto supérfluo dentro da sociedade, de pouca relevância.
 
Ora, são, acima de tudo, cidadãos e cidadãos com um potencial empreendedor em grau máximo por sempre continuarem motivados como forma de amenizar as suas dificuldades do dia a dia. Além de exercerem os seus papéis de consumidores bem ativos na sociedade.
 
O que quero levar ao conhecimento e à conscientização do empreendedor que esteja lendo este artigo da semana é que há um mercado a ser explorado, um público consumidor que espera ser surpreendido com um bom atendimento. E, quem o fizer primeiro, cativará e fidelizará este público que não é tão pequeno assim.
 
Este “toque”, digamos assim, é válido aos sindicatos de maneira geral e às instituições assistenciais a este público, que deveriam oferecer mais cursos de formação em libras à população interessada, que deveriam dar uma atenção aos seus colaboradores no intuito de elevar também o nível de qualidade de qualificação desses profissionais, muitas vezes graduados e pós-graduados em áreas específicas de desenvolvimento.
 
O empreendedorismo é aquela chavezinha que está aguardando por alguém que ouse, que se faça surpreender, que inove em atendimento, em assistência e em cidadania. Quem conseguir virá-la, tenho certeza de que ligará o motor extra de seus negócios.