“Setembro: um mês azul”
Em artigo especial, o primeiro colunista surdo do país, Vinicius Schaefer explica aos leitores, porque a escolha da cor azul na comemoração do “Dia Nacional do Surdo”: “A cor é uma homenagem aos surdos e autistas que sofreram com a opressão, durante a Segunda Guerra Mundial, período no qual as pessoas com deficiência tinham que usar uma faixa de cor azul fixada no braço, para que fossem facilmente identificadas e mortas pelos Nazistas”.
Publicado: 21-05-15
Foto: Edi Sousa e Nalva Lima Studio Artes
Colunista: Vinicius Schaefer é o primeiro colunista surdo do país, a escrever sobre trabalho e valorização da diversidade é fundador da Viva Acessibilidade, Administração Geral e Pós-graduado em LIBRAS, atualmente cursa Licenciatura em Matemática. Trabalhou em banco durante alguns anos no setor administrativo, foi professor de Libras em diversas universidades em São Paulo.
Falarei hoje sobre o setembro azul. No dia 26 de setembro comemora-se o “Dia Nacional do Surdo”, por isso esse mês é muito importante para a Comunidade Surda. Durante o mês de setembro são realizados diversos eventos, como: festas dos surdos, seminários, congressos, palestras, apresentações teatrais, passeatas, audiências públicas, exposições e caminhadas. Esse dia foi oficialmente reconhecido pelo Ex-Presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva com o número de Lei Nº 11.796 de 29 de outubro de 2008.
Para o surdo é muito importante a comemoração do Dia do Surdo, pois as pessoas que desconhecem essa causa têm a oportunidade de receber informações e conhecer um pouco mais sobre nossa cultura.
O dia 26 de setembro foi escolhido, pois neste mesmo dia em 1857 foi criada a primeira Escola de Surdos no Brasil, na cidade de Rio de Janeiro, chamada de: “Instituto Imperial de Surdos-Mudos”, hoje INES - Instituto Nacional de Educação de Surdos e reconhecida como uma escola de referência para os surdos que oferece inclusive cursos de Ensino Superior.
Vocês sabem o porquê da cor azul? Ela foi escolhida pelo Dr. Paddy Ladd (um surdo), em homenagem aos surdos e autistas que sofreram com a opressão, durante a Segunda Guerra Mundial, período no qual as pessoas com deficiência tinham que usar uma faixa de cor azul fixada no braço, para que fossem facilmente identificadas e mortas pelos Nazistas, porque eles acreditavam que as pessoas com deficiência eram incapazes.
Por isso como surdos, temos que ter orgulho das comemorações organizadas, pois uma das funções dos eventos é estimular o amor-próprio e valorizar o esforço da comunidade surda em busca de inclusão social.
Movimentos assim são necessários para mostrar que somos sim capazes. É uma oportunidade para que empresas e órgãos públicos recebam informações sobre o potencial de cada um. Só a informação é capaz de reduzir ou acabar com os preconceitos; ela auxilia a população olhar para as pessoas com deficiência como alguém que pode produzir e acrescentar para o progresso da sociedade.
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