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TRANSIÇÃO DE CARREIRA

 
Uma das formas de progredir profissionalmente é fazer uma nova história!
 
Felipe Siqueira - Uma transição de carreira bem-sucedida exige estratégia, foco e relacionamento com o mercado de trabalho e para enriquecer nosso bate-papo desta semana, falaremos com alguém que ousou mudar, e deu certo! Rafael Santiago, consultor sênior da RCA - Governança, compartilhará conosco um pouco sobre sua carreira e as expectativas de um ex-veterinário que decidiu transitar por novos horizontes e tomou seu lugar no mercado. Obrigado por conceder esse diálogo ao Pró-Trabalhador, especialmente à minha coluna, que cada vez mais oferece aos leitores conteúdos diversificados sobre oportunidade e carreira, e certamente conversar com você sobre transição será muito válido e interessante! Partimos do fato curioso de que você se formou em Veterinária, na faculdade em Belo Horizonte e fez uma mudança para Finanças, ousando se inserir num setor completamente diferente e novo. Nos diga um pouco da sua formação atual e da decisão por fazer uma transição de carreira.
Entrevistado – Primeiramente é um prazer falar sobre minha experiência e poder compartilhar conhecimento com vocês. Me formei em Veterinária por amar os animais e foi um curso difícil de fazer, mas no qual gostei bastante, do início ao fim. Independente disso, ao entrar no mercado, parti para a área comercial do setor farmacêutico, onde precisava conciliar conhecimento técnico e gestão. A partir daí, comecei a identificar oportunidades ligadas a Gestão, pois um ponto comum de toda área técnica é a lacuna do conhecimento gerencial, ou seja, em profissões como Veterinária, Medicina e Psicologia, por exemplo, não somos preparados para gerenciar. Com essa “deficiência”/oportunidade identificada, passei a buscar conhecimento, iniciando um MBA em Gestão Estratégica de Negócios, seguido de um MBA em Finanças, Controladoria e Auditoria, além de informalmente, estudar as metodologias de Gestão do Professor Falconi. Com esse caminho traçado, meu despertou a curiosidade de trabalhar como consultor em gestão empresarial, uma vez que gostei bastante do tema e tive a pretensão de participar de um programa de trainee de uma das maiores consultorias em Gestão Empresarial da América Latina, a Falconi Consultores de Resultados, onde a pretensão acabou dando certo e atualmente trabalho em outra grande consultoria, a RCA Governança, Sucessões e Gestão, onde sigo com a certeza de que fiz a escolha certa.
 
Felipe Siqueira – Você encontrou um caminho sucessor? Nos conte um pouco sobre suas principais vivências e desafios na área atual.
Entrevistado – Meu maior desafio foi primeiramente vencer o preconceito informal, uma vez que ao entrar em uma empresa cheia de engenheiros, administradores, economistas, estatísticos, entre outros, sendo em cerca de 1.200 consultores, eu era apenas o segundo Veterinário da histórica da mesma. Além disso, o conhecimento de finanças, teorias da administração e ferramentas como o excel, access e power point, para meus colegas era básico, enquanto para mim era novidade (até certo ponto). Vencido este desafio inicial, eu passei por longos 5 anos de desafios diários, onde meu maior obstáculo era o cliente. Quando se contrata um consultor, espera-se alguém de cabelo branco, com formação tradicional na área e uma larga experiência, onde eu tinha 24 anos, aparência mais jovem do que minha idade e nenhum experiência na área.
 
 Felipe Siqueira – Qual sua visão atual sobre o mercado brasileiro e quais as oportunidades que você enxerga para quem quer mudar de área?
Entrevistado – O mercado atual enfrenta um momento difícil com perspectivas ainda piores, porém, como diz um grande empreendedor no qual tive o prazer de trabalhar para ele (Nizan Guanaes), enquanto uns choram, outros vendem lenço. Podemos e devemos fazer do momento difícil uma bela oportunidade de carreira. É a hora de nos superarmos, nos reinventarmos, fazermos diferente. 
Para quem quer mudar de área, vou ser muito franco, o momento está difícil, pois os atuais profissionais, com experiência e know-how estão de uma maneira geral, em maior número que a demanda, o que pode dificultar a ocorrência de oportunidades para quem quer entrar, mas garanto que oportunidade sempre aparecem. Quando fiz esse movimento, a demanda estava alta e a oferta de profissionais baixa, o que facilitou minha mudança. 
Por outro lado, a mudança de área exige preparação, o que pode trazer boas oportunidades de formação, estudo e capacitação para que, ao aumentar a demanda das áreas, o profissional esteja bem mais preparado para entrar.
Independente disso, há mercados específicos, como o de T.I. (Tecnologia da Informação), que vivem uma alta, mesmo em momentos de crise como o atual. Desta forma, estude, analise o mercado no qual quer ingressar e siga em frente. Oportunidades sempre existem.
 
Felipe Siqueira – O que é preciso para fazer uma transição de sucesso?
Entrevistado – Para quem quer mudar de área, sugiro seguir o caminho que eu segui. 
1º) Defina o que você quer, projete como se imagina nos próximos anos, aliando prazer no que faz, que é essencial, retorno financeiro satisfatório e satisfação profissional. 
2º) Identifique quais características pessoais, profissionais e de formação a área na qual deseja ingressar exige. Com essas informações em mãos, compare o que é exigido pelo mercado com o que você tem para oferecer.
3º) Sabendo o que quer, o que o mercado exige e o que você tem para oferecer, trace um plano de ação, buscando suprir as demandas que você atualmente não possui e o mercado exige. O caminho pode ser desde outra graduação, uma pós-graduação, um MBA, um Mestrado ou estágios na área, trabalhos paralelos, visando dar mais robustez a seu curriculum.
4º) Estando preparado, corra atrás das oportunidades. Monte um bom curriculum, bastante objetivo e conciso, contando ao mercado que você está disponível para ele.
“Mãos à Obra”!
 
Felipe Siqueira – Considerando sua experiência, quais foram os principais ganhos e riscos tomados até conseguir se consolidar numa nova posição no mercado?
Entrevistado – Os principais ganhos que obtive dizem respeito a fazer algo que tenho imenso prazer, que gosto e me identifico, onde todo o restante passa a ser consequência disto. Outro ponto positivo foi o fato de vir de uma área completamente diferente da que atuo hoje em dia, onde afirmo com muita certeza, que o que importa para sermos bons profissionais é perfil, é vontade, dedicação e resiliência. A formação tradicional é muito importante, mas ela é um meio para chegarmos onde queremos e não um fim em si. Desta forma, não se limitem pelo caminho ou pelas exigências tradicionais do mercado. Você é capaz do que quiser, desde que faça por onde para isso.  Os riscos e perdas estão ligados ao fato de sairmos de uma zona de conforto relacionada a área na qual “estamos atualmente” para algo novo, dando um passo para trás, muitas vezes no intuito de pegar impulso, mas com um preço a se pagar, que é a inexperiência e a possível queda da renda, pelo menos no período inicial.
 
Felipe Siqueira – O que de mais valioso você aprendeu na sua experiência, que possa compartilhar conosco? 
Entrevistado – O mais valioso de tudo é pensar no fim, na meta que tenho, o que quero e onde quero chegar. Aprendi que sou capaz e que sabendo disso, basta descobrir o que é preciso fazer para se chegar lá. Não me limito pelo que os outros dizem ou pelo que o mercado fala. Estamos cheios de bons exemplos de pessoas que inovaram, pensando diferente e indo na contramão da história. Uma frase que me inspira é aquela que de Einstein, onde ele diz: “Não há nada mais insano no mundo do que fazer as coisas da mesma forma e esperar resultados diferentes”. Portanto, se queremos algo diferente, temos que fazer como nunca fizemos antes.
Obrigado e foi um prazer, espero ter contribuído compartilhando minha experiência com vocês.
 
Felipe Siqueira – Obrigado Rafael, foi demais!
Abraços!
By – Felipe Siqueira
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