Promessas sem santo
Não tente fazer da base do Empreendedorismo uma plataforma política, muito menos uma ferramenta dela.
Publicado: 08-03-16
Colunista: Wanderley Rodrigues Junior, bacharel em Letras, tradutor e intérprete, coordenou a Academia de Microfinanças do Banco São Paulo Confia, realizou cerca de 27 mil capacitações em empreendedorismo, microfinanças e marketing pessoal. Atualmente ministra palestras sobre empreendedorismo, marketing Pessoal e língua portuguesa para concursos públicos.
Foto: Edi Souza e Nalva Lima
Empreendedorismo é a força interior, movida e sustentada pelo sonho da pessoa, semeada e irrigada com ações, tentativas, erros e acertos, fracassos e sucessos dentro de um processo de muita aprendizagem. Promessas são palavras soltas e, muitas vezes, infundadas, não-planejadas, mas com o propósito de tentar agradar e massagear momentaneamente o ego de alguém, fazendo este acreditar em um futuro incerto.
Qual deles, em um processo final de resultados, trará maior credibilidade ao seu responsável?
Não se deixe enganar que, fazendo promessas ao seu cliente final, estará ganhando a sua confiança e fidelidade. Muito pelo contrário!
Quando ainda se promete e se cumpre 100%, tudo bem. Mas se o tiro sair pela culatra...
Há pessoas que prometem mundos e fundos tão bem que até eles mesmos passam a acreditar naquilo que prometem! Mas que, infelizmente, na hora da cobrança desconversam, vêm com mil justificativas pela não realização e efetivação do que foi prometido.
Empreenda: prometa aquilo que for realmente acessível, pés no chão e mente em funcionamento trabalhando no projeto proposto. Foco, determinação, prazos analisados para serem programados e cumpridos são pontos fortes e importantes para se consolidar um processo de confiança e profissionalismo.
Não enrole o cliente com mais falsas promessas de prazos, reajustes, bônus, etc. Apenas o fato de cumprir, bem e com qualidade, o que foi proposto já agradará o seu cliente final e isso trará mais clientes (e divulgação do nome) como consequência da demonstração de um trabalho eficaz e comprometido.
Fale, mostre e demonstre o básico do produto, com todo o seu acabamento. Na entrega, aí sim, mostre o que foi feito a mais do que o básico, sem ter prometido nada.
Mas tudo dentro daquilo requisitado pelo cliente, não alterando em nada o que ele pré-determinara e pedira. Surpreenda-o com algo mais, respeitando o original, com um elemento surpresa. Por exemplo, o cliente pediu um bolo recheado de 1kg, capriche no recheio e nos confeitos, coloque-o em uma embalagem exclusiva e bonita, escreva um cartão, personalize a entrega. E nada disso foi prometido anteriormente. Esse é o elemento surpresa!
Por outro lado, pense na seguinte situação de ter prometido entregar o bolo com um confeito extra e só depois verificar que não consegue encontrar no mercado? Promete uma embalagem de uma certa cor que dificilmente encontrará nas lojas de artigos especializados? Que entregaria pela manhã mas o gás acaba e só poderá assá-lo depois do almoço? Mil e um imprevistos podem surgir e atrapalhar o cumprimento de uma promessa mal-planejada.
Apenas me prometa uma coisa: comprometa-se com o realizável e salve o dia, salve o seu negócio!