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Avenida Paulista é cenário de momento histórico em SP

 
Grito 1
Empresários e trabalhadores unidos realizaram nesta quinta-feira, manifesto: “Em Defesa da Indústria e do emprego”. Segundo declaração de quem organizou e apresentou o evento, o fato é histórico e mobilizou, mais de 5 mil pessoas. A equipe de jornalistas do Pró Trabalhador cobriu o evento e levantou as principais pautas dos manifestantes. 
 
 
Publicado: 14/08/15
Texto: Regina Ramalho 
Foto: Edi Sousa Studio Artes. 
 
Os manifestantes partiram da concentração em frente a estação metrô Paraíso por volta das 9 horas, rumo ao vão livre do Museu de Artes de São Paulo (Masp), por onde passava o movimento ia ganhando corpo, e as pessoas iam aderindo ao grito: “Eu quero agora, eu quero já! Eu quero ver o emprego aumentar!”. 
 
90% dos manifestantes vestiam coletes brancos com o logo e o tema da manifestação, de modo que ficava difícil para quem não os conhecessem identificar quem eram os empresários e quem eram os trabalhadores. Nas bandeiras se observava o apoio de integrantes da Abimaq, CGTB, Força Sindical e UGT.  
 
Ao chegar em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) a passeata parou e as pessoas gritavam o nome do presidente da entidade, Paulo Skaf, e pediam que se juntassem a caminhada. 
 
Os gritos continuavam: “Eu quero agora, eu quero já! Eu quero ver o emprego aumentar!”. 
 
Em frente ao Masp, falaram diversas lideranças sindicais, movimento estudantil e líderes empresariais. O deputado federal, Paulo Pereira (o Paulinho da Força Sindical), um dos principais articuladores da manifestação, falou sobre  a urgente necessidade de diminuição dos juros: 
 
“Temos que reivindicar a redução dos juros a níveis internacionais, dos pagados pelo consumidor e os spread praticados pelos bancos”, reivindica.
 
Lembrou que: “O governo mexeu no seguro-desemprego, na aposentadoria das viúvas, reduziu os salários, aumentou a idade mínima para aposentadoria e quer pagar o Programa de Integração Social (PIS) a prestação”, alerta Paulinho.  
 
O fenômeno da desindustrialização e os reflexos na geração de empregos:
 
Em entrevista coletiva o presidente, da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Buch Pastoriza, expos: 
 
“É a primeira vez na história que na avenida Paulista, empresários e trabalhadores se juntam em um ato pacífico, apartidário  e democrático em busca da atenção do governo (executivo e legislativos), da mídia e da sociedade para dizer que nossa indústria de transformação no Brasil e os empregos estão morrendo, sendo destruídos, por conta dos desmandos e de falta de reformas estruturais,reformas tributárias,previdenciárias e políticas para dar condições de competividade da economia brasileira.”, expõe  Pastoriza.
 
Pastoriza acrescenta: “O dólar alto tornou barato ir para Miami, mas tornou mais caro fabricar produtos no Brasil e mais barato importar do que comprar das empresas Brasileiras”, explica.
 
A equipe do Pró Trabalhador entrevistou por telefone um dos empresários que participou do manifesto, Sergio Cintra, da Metalsinter.
 
Pro Trabalhador: Qual principal medida você como empresário espera do governo?
 
Cintra: Uma mudança radical, pois atualmente o país esta sendo dirigido para favorecer os banqueiros. 
 
Pro Trabalhador: O que pode mudar este cenário?
 
Cintra: Temos que acabar com o que eu chamo do tripé do mau: Câmbio (aumento do dólar), juros altos e carga tributária. Todos sofreram, com as medidas do governo (trabalhadores e empresários) e os diversos setores da econômica também, mas o mais atingido foram os setores produtivos. Em contra partida, não teve redução significativa em ministérios e outros órgãos do governo, por exemplo.
 
Os articuladores do grito “Em Defesa da Indústria e do emprego” em carta aberta distribuída a quem circulava na avenida Paulista deixaram as seguintes pautas de reivindicações:
 
Redução dos juros a níveis internacionais
Redução dos juros ao consumidor (redução do “spread” praticado pelos bancos)
Ampliação dos investimentos públicos 
Adoção de políticas cambial realista
Fim da cumulatividade dos impostos 
 
 

Outras informações: 

http://fsindical.org.br/
http://www.cgtb.org.br/
http://www.ugt.org.br/
http://www.abimaq.org.br/