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Vagões Rosa- Você é contra ou a favor?

Vagao 4Nesta última quarta-feira, o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, distribuiu uma “Carta aberta à População”, sobre a criação de vagões exclusivos para mulheres no Metrô de São Paulo, durante os horários de pico. Discussão proposta, o Pró Trabalhador foi ouvir a posição do Metrô e também dos usuários (leiam a matéria e saibam com participar e dar sua opinião). 

Publicado: 09/05/14
Fonte: Secretaria da Mulher, Sind.dos Metroviários de São Paulo e Assessoria do Metrô 
Texto: Da redação do Pró Trabalhador
Fotos: Aniger Comunicação
 
Não é de hoje, que as pessoas demonstram sua insatisfação com a qualidade dos transportes públicos no geral. Mas o que antes, não era nem discutido, “Violência e o assédio”, contra mulheres, atualmente fica mais confortável e viável em razão da criação da Lei nº 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha e também da facilidade de divulgação dos casos por redes sociais. 
 
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo, não ficarm de fora desta discussão e apresentaram aos usuários do Metrô uma “Carta Aberta”, convidando as pessoas a darem sua opinião por intermédio de enquete. 
 
Como participar- Para particiar basta responder a seguinte questão: Você é a favor da criação de vagões exclusivos para  as mulheres durante os horários de pico, para proteger as mulheres da violência? 
 
Acessando https://www.facebook.com/sinidcatodosmetroviariosdesãopaulo e enviando sua posição sobre o tema. 
 
O sindicato afirma que os assediadores se aproveitam da superlotação para humilhar as mulheres. Reclamam da ausência de estrutura do Metrô para proteger as mulheres. 
 
Na carta aberta o sindicato coloca que a implantação de vagões exclusivos não são a solução do problema, mas servem para trazer e manter o debate sobre a humilhação e opressão de milhares de usuárias dos transportes públicos. 
 
Uma frase em destaque na carta resume bem a reivindicação do Sindicato dos Metroviários: “Precisamos de mais Metrô, mais trem, mais ônibus, menos tarifa e fim do assédio!”
 
Entre as propostas do sindicato estão:
 
A implantação de uma campanha elaborada pelo sindicato para divulgar o assunto na TV Minuto e também nos trens e estações;
 
Além da campanha visual, a implantação da campanha sonora, com avisos públicos dentro do sistema metroviário;
 
Mais funcionários, de treinamento específico e de ampliação da malha rodoviaria;
 
Melhor estrutura de atendimento à mulher com Delegacias da Mulher dentro do Metrô;
 
VagaoA diretora da secretaria da mulher, dos Sind. Metroviários, Marisa dos Santos Mendes, informou que no próximo sábado na sede do sindicato será lançada uma revista que se aprofundará no tema de prevenção a violência e o assédio contra mulher. 
 
Relato da apuração da equipe de jornalismo do Pró Trabalhador-
 
A equipe de jornalismo do Pró Trabalhador foi a campo para ouvir a opinião das usuárias do Metrô. Mas não foi fácil não conseguir os depoimentos. 
 
Boa parte das entrevistadas estavam juntas em pequenos grupos de 4 a 5 mulheres. Questionadas a falar sobre o assunto, começava um alvoroço de reclamações. Mas bastava informar que estavamos apurando as opiniões sobre a questão do assédio e da violência para a publicação no portal, que o desconforto era geral.  
 
As mulheres entre elas falavam abertamente no assunto, mas pareciam ter vergonha de se exporem para o grande público. 
 
Pró Trabalhador-Provoco dizendo que sem pessoas que denunciem ou prestem depoimentos com posições sobre o assunto o problema fica longe de ser solucionado. 
 
Deste modo, Maria (vamos chamá-la assim), aceitou dar a entrevista, mas sem ser identificada ou fotografada. Vagao 2
 
“Não acho que o vagão seja a solução, se não houver fiscalização ou vagões em quantidade suficiente para atender a população, a ação surtirá o mesmo efeito dos vagões para idosos e gestantes, isso é, não atende a demanda”, reclama. 
 
Bia (também vamos chamá-la assim). “Não é só no Metró que os abusos acontecem, a mulher é desrespeitada em qualquer parte, trens e ônibus, também”, coloca. 
 
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Luciana Digna das Neves, foi a unica entre as entrevistadas a concordar em expor seu nome  e imagem. “É até legal,  mas não é o suficiente”, coloca. 
“Além disso, hoje em dia não se pode falar só em assedio de homens contra mulheres, isso só, seria ironia, pois a mulher também sofre em aglomerações o assedio de outras mulheres”, explica. 
 
“Acho que tem que ter mais campanhas, seguranças e transporte de qualidade”, diz. 
 
Seguindo a linha editorial do Pró Trabalhador, fomos ouvir o Metrô e descobrir o quê está em funcionamento para auxiliar as mulheres no caso de violência o assédio. 
 
 
 
Em nota o Metrô informou:
 
São Paulo, 08 de maio de 2014
 
Ao Pró-Trabalhador
 
O Metrô repudia o abuso sexual, crime que deve ser combatido dentro e fora do transporte público. Para isso, seus agentes de segurança são treinados para agir em benefício dos passageiros. Em 40 anos de existência, vários criminosos foram detidos pelos funcionários da Companhia e encaminhados à autoridade policial.
 
O trabalho de coibição ao abuso é feito constantemente também com campanhas de cidadania e de alerta aos usuários. Já as estratégias de segurança envolvem agentes uniformizados e à paisana, além de câmeras de vigilância em trens e estações. A colaboração dos usuários é outro fator fundamental para eliminar delitos e práticas de constrangimento no interior dos trens. Qualquer comportamento inadequado percebido pelos passageiros deve ser comunicado a um agente de segurança ou da estação e é tratado com prioridade. O Metrô também mantém o serviço de SMS-Denúncia, que garante total anonimato do passageiro. Basta enviar um torpedo para o celular (11) 97333-2252.
 
Todas as estratégias adotadas visam o benefício de todos os passageiros, sejam eles homens ou mulheres, idosos, adultos ou crianças. O carro exclusivo para mulheres nunca foi utilizado pelo Metrô e a adoção dessa medida pode infringir o direito de igualdade entre gêneros à livre mobilidade. Além disso, a implantação de uma área exclusiva é de difícil implantação, visto que as mulheres correspondem a 58% do total de 4,6 milhões de pessoas transportadas diariamente nas cinco linhas do sistema metroviário.
 
Em outra matéria divulgada no site o Metrô informa ainda que a partir desta sexta, dia 9, começa uma campanha elaborada pela equipe de comunicação do Metrô de conscientização contra os abusos. Em todos os perfis oficiais da Companhia e redes sociais. Além de vinhetas nos monitores e cartazes internos nos trens. 
 
O Metrô ressalta a importância da colaboração dos usuários denúnciando ao funcionário do Metrô ou por SMS-Denúncia ( 97333-2252). 
 
 
 
Outras informações- 
http://www.metroviarios.org.br/site/
http://www.metro.sp.gov.br/
http://www.metro.sp.gov.br/noticias/metro-de-sao-paulo-lanca-campanha-contra-abuso-sexual.fss