Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência debate Emprego e Trabalho
A quem compete dizer o que uma pessoa é ou não capaz de fazer? Foi o ponto alto do debate sobre Emprego e Trabalho, promovido na Câmara Municipal de São Paulo no último final de semana.
Publicado- 27-04-15
Texto- Regina Ramalho
Foto- Pró Trabalhador.
Sábado, dia 25 e abril, o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (CMPD), realizou na Câmara Municipal de Paulo debate sobre Emprego e Trabalho.
O evento contou com a participação do presidente do CMPD, Gilberto Frachetta, a conselheira Marly dos Santos, que presidiu a mesa de trabalhos, a coordenadora do Programa de Apoio à Pessoa com a Deficiência (PADEF), Marinalva Cruz e a coordenadora da diversidade, no Centro de Apoio ao Trabalho (CAT) da Prefeitura, Luciana Alves dos Santos.
A conselheira, Marly dos Santos falou sobre a importância de conscientizar as empresas e as famílias sobre o direito a autonomia das pessoas com deficiência.
Fico muito brava quando as pessoas querem interferir neste processo, pois se a pessoa é capaz de trabalhar, também é capaz de dizer de que maneira quer usar ou gastar o seu próprio dinheiro, afirma a conselheira.
A coordenadora da diversidade Luciana Santos lembrou a necessidade de acompanhar a qualidade das vagas oferecidas pelas empresas. No CAT acompanhamos as vagas oferecidas pelas empresas do momento da inclusão no sistema e mesmo após o encaminhamento, revela Luciana.
Não enviamos currículos para as empresas agendamos uma entrevista no PADEF ou na empresa para que empregador e trabalhador possam se conhecer e aconselhamos que seja feito um estágio para avaliar as potencialidades do candidato a vaga, sugeriu Marinalva do PADEF durante a apresentação.
Após a apresentação dos trabalhos desenvolvidos nos três órgãos, as pessoas com deficiência presentes, parentes ou outros interessados tiveram a oportunidade de fazer perguntas ou explanarem seus pensamentos sobre o Emprego e Trabalho.
O administrador de empresas da Viva Acessibilidade, Vinicius Schaefer nasceu surdo, se comunica por intermédio de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e cobrou das esferas, mais pessoas capacitadas para o atendimento em Libras.
Faltam pessoas capacitadas para facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes em diversos contextos do cotidiano, explica Schaefer.
A pedagoga Silvia Souza Santos, cadeirante em razão da poliomielite na infância, cobrou mudanças na forma de avaliação do que cada deficiente é ou não capaz de fazer, principalmente quando o assunto é concurso público.
Silvia já foi aprovada em diversos concursos públicos como pedagoga, chegando inclusive a atuar no interior de São Paulo no ramo.
Só não permaneci no cargo, porque o meu deslocamento para o interior era muito desgastante, explica Silva.
Em 2014 passei em outro concurso público, só que desta vez em São Paulo, passei por quatro etapas para assumir o cargo, mas quando chego na avaliação médica, eles alegam que minha deficiência por ser severa não me permite a atuação no cargo, conta.
Os trabalhos foram encerrados com a explanação do presidente do CMPD, Gilberto Frachetta.
O médico não pode ser quem avalia a competividade da pessoa com deficiência, apenas as suas condições de saúde, porém essa é uma discussão que não termina hoje, afirmou Frachetta, convidando os participantes do Grupo de Trabalho, para novos encontros.
A equipe de jornalismo e administração do portal de notícias do Pró Trabalhador, também participou da mesa de debates expondo a importância de canais de divulgação que tratem da inclusão no geral.
O trabalho é uma benção que nos ajuda a crescer e evoluir como pessoas e o Pró Trabalhador busca levar informação de empresas ou órgãos que estão fazendo algo diferente que colabore para a inclusão ou mudança de culturas, por intermédio da diversidade, Fabio Marques, gerente comercial.
Sobre o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência: CMPD é o órgão de representação das pessoas com deficiência perante a Prefeitura de São Paulo. Sua função é elaborar, encaminhar e acompanhar a implantação de políticas públicas de interesse da pessoa com deficiência na saúde, na educação, no trabalho, na habitação, no transporte, na cultura, no lazer, na acessibilidade ao espaço público e nos esportes.
O CMPD ainda promove atividades de integração das pessoas com deficiência, além de fazer e receber denúncias de discriminação.
Outras Informações:
CMPD Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência
Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência, Governo do Estado
Centro de Apoio ao Trabalho, da Prefeitura