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MODA 2017- PREOCUPAÇÃO COM MODOS DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL MARCARAM O BRASIL ECO FASHION WEEK

FernandaMODA 2017- PREOCUPAÇÃO COM MODOS DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL MARCARAM O BRASIL ECO FASHION WEEK

 

Sustentabilidade não é só o ambiental, esse é um conceito muito mais profundo que perpassa o econômico, o social e principalmente o cultural” disse a pesquisadora de moda sustentável Lilian Berlim

 

PraCegoVer: Fernanda e branca usa cabelos longos, na cor: castanho escuro. Veste jaqueta branca e camiseta. Aparece com um sorriso largo.

 

Publicado: 29/11/17

 

Colunista: Fernanda Reis Sales é jornalista, designer de moda. Fundou a agência Sales Comunicação e Assessoria, há dez anos, especializada em moda. Hoje representa diversas marcas de moda de São Paulo e responde pela comunicação da Associação Brasil Plus Size, além de desenvolver pesquisas e projetos para diversos segmentos da moda. Atualmente esta redesenhando e peneirando quem serão as marcas a vestir a equipe de apresentadores da TV Web: Notícia Pró Trabalho em 2018 (Tudo dentro dos conceitos de moda sustentável e trabalho decente).

 

Foto: Edi Sousa e Fernanda Sales.

 

 

Brasil Eco Fashion Week e os novos desafios da moda sustentável e o consumo consciente

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Nessa edição de 2017, sediada pelo Unibes Cultural e organizada pela equipe do movimento Fashion Revolution Brasil, e voluntários que acreditam em um outro futuro para a moda, um futuro mais sustentável - vimos que as novas formas de pensar a moda é o assuntoque discutiremos por muitos anos que virão. O objetivo principal do evento é expormarcas brasileiras de várias partes do país que caminham nesse sentido, de pensar relações mais justas de trabalho e modos de fazer roupa que sejam menos agressivos e poluentes ao meio ambiente.

 

Com a chegada da nova geração, os millennials, e mais recentemente o centennials, a consciência em torno do consumo está tendo uma abordagem diferenciada e com isso o mercado se vê obrigado a se transformar. A moda sustentável e o consumo consciente entramem cena e vêm adquirindo mais e mais adeptos. O resultado são lojas de aluguel de roupas, um crescimento do número de brechós, novas marcas surgindo com novos conceitos e processos e algumas até produzindo roupas a partir de roupas. Os pesquisadores presentes no evento acreditam sim que essa não é mais uma modinha, mas para que o mercado se desenvolva com qualidade é preciso aprofundar ainda mais o diálogo.

 

 

 

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Foram discutidos diversos temas, entre eles o panorama da moda atual e as mudanças no caminho da sustentabilidade exigidas pelos novos tempos. “A moda não está descolada do meio ambiente. Os recursos são renováveis, mas a natureza tem o seu tempo. O nosso tempo é que está acelerado. É preciso pensar novas formas de produção e consumo e um desenvolvimento sustentável, que não necessariamente quer dizer crescimento. Sustentabilidade não é só o ambiental, esse é um conceito muito mais profundo que perpassa o econômico, o social e principalmente o cultural” disse a pesquisadora de moda sustentável Lilian Berlim na mesa sobre o Panorama da Moda e o Momento de Transição.
Ainda segundo a pesquisadora o mercado global da moda tem reagido a todas essas questões provocadas pelo modus operandi da moda atual. Denuncias de trabalho escravo e degradação ambiental em grande escala estão sendo feitas por diversos atores e entidades, como o Fashion Revolution.
 
 

A indústria da moda é uma das mais poluentes, mas também é a que mais emprega no Brasil e em países subdesenvolvidos, onde a mão de obra é barata e não há leis trabalhistas e fiscais eficazes e eficientes que prezem pela saúde e os direitos do trabalhador. Aliado a isso temos um sistema capitalista de produção de roupas acelerado que traz como conseqüência toneladas e toneladas de lixo. A lógica de produção atual já considera que no final do processo de uma coleção haverá sobras, que ou vira queima de estoque ou vira lixo. E durante o processo de produção diversos resíduos são gerados sem que se dê o destino adequado.

 

 

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“O mercado da moda vem sendo criticado há algumas décadas. Com a Pret a Porter e a produção de roupas em escala industrial, as marcas de luxo começaram a crescer e mandaram suas produções para os países pobres e subdesenvolvidos com mão de obra barata e incentivos fiscais. E com isso elas lucraram muito e cresceram espantosamente. Como os mercados são fluidos e acompanham as transformações do seu tempo, existe uma resposta do mercado a tudo isso. O capitalismo quando é criticado tende a ouvir e absorver aquilo que ouve. Por isso as grandes marcas de luxo e os grandes magazines já estão se movimentando na direção de rever seus processos. Agora as marcas brasileiras infelizmente não têm acompanhando essas grandes transformações do mercado, elas pararam nadécada de 90”, completa a pesquisadora.

 

 

Durante o evento vimos iniciativas mais sustentáveis e todos de um modo geral estão otimistas e apontam para uma evolução no sentido de as marcas de moda repensarem seu modelo de produção buscando minimizar seus impactos. E claro, o consumo e a lógica capitalista da posse de bens também foram temas e deram origem a projetos super interessantes, como o guarda roupa coletivo proposto pela Lucid Bag.

 

 

Moda Limpa5Projetos repensam a lógica da produção da moda

Além das marcas que estavam expondo suas coleções no showroom montado para o evento, estavam presentes também representantes de projetos pioneiros como o Banco de Tecido, o Moda Limpa, a Ecotematerioteca, o Instituto Alinha, entre outros.
O Banco de Tecido é um lugar onde todas as pessoas podem depositar seus tecidos. A empresa recoloca no mercado tecidos que estavam sem uso em prateleiras ou estoques. Sobras de criações viram assim novas criações. E com isso desenvolve-se uma cadeia de produção mais sustentável, usando melhor o que já existe no mundo, aumentando a vida útil do tecido, e diminuindo assim o consumo dos recursos naturais do planeta.

 

Já o Instituto Alinha numa outra ponta busca resolver um grande problema da indústria da moda, as condições e a remuneração dos trabalhadores das confecções que muitas vezes são submetidos a trabalhos em condições análogas a trabalho escravo. Alinha é umainstituição que assessora oficinas de costura gratuitamente. O Instituto é um negócio social focado na melhoria das condições de trabalho e de vida de costureiros e costureiras. Trabalham assessorando oficinas de costura a se tornarem alinhadas e conectam confecções e estilistas interessados em contratar uma oficina garantindo preços e prazos justos. Tem como missão garantir relações de trabalho justas na cadeia da moda.

 

O Moda Limpa é uma plataforma colaborativa que reúne fornecedores para quem quer produzir uma moda mais justa e sustentável. E a Ecomaterioteca é uma biblioteca de materiais têxteis que visa socializar e democratizar o conhecimento, a pesquisa e a inovação de práticas sustentáveis utilizando os ECO materiais têxteis e Não têxteis disponíveis no mercado nacional. Pretende fomentar a interdisciplinaridade e as ações coletivas entre instituições públicas e privadas, indústrias e empresas, com o objetivo de sensibilizar a comunidade em relação à necessidade de uso criativo dos materiais catalogados no acervo.

 

A programação contou ainda com os desfiles de algumas das marcas que estavam expondo, feira gastronômica, exposição dos trabalhos de novos talentos e oficinas inspiradoras. Essa foi a primeira edição do Brasil Eco Fashion Weekque, pela dedicação e empenho dos participantes, promete ser a primeira de muitas!

 

 

 

 

Outras informações:
Sales Comunicações
Tel:(11) 98109-6436

 

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