Fundada a UGT São Paulo
Momento Histórico - Luiz Carlos Motta, presidente da Fecomerciários, é eleito por unanimidade como presidente da UGT- Estadual São Paulo. Congressitas repúdiam a flexibilização dos contratos de trabalho e discutem as recem paralizações dos transportes, sem a anuência do movimento sindical (confira a matéria na integra).
Publicado- 23/05/14
Fonte- Assessoria de Imprensa UGT
Texto-Da redação do Pró Trabalhador
Fotos- Edi Sousa.
Nesta sexta-feira, dia 23 de maio, foi fundada a União Geral dos Trabalhadores (UGT-SP), em congresso que contou com cerca de 650 participantes (dados UGT) e foi inteiramente traduzido por interprete de Libras.
Até o último minuto da realização do Congresso de Fundação, ainda tinha sindicato, apresentando a carta de filiação. A mesa dos trabalhos encabeçada pelo presidente da UGT Brasil, Ricardo Patah e os secretários de organização e políticas sindicais, Chiquinho Pereira e secretário geral, Canindé Pegado, iniciou com 250 sindicatos filiados e antes da conclusão dos trabalhos, já foi anunciada a marca de 266 sindicatos ingressados.
Segundo a Central, o grupo representa aproximadamente 40 categorias, entre elas comerciários, limpeza, padaria e transporte.
Dados do nascimento-
O processo de nascimento e multiplicação UGT começou de baixo para cima, primeiro com a implantação de coordenadorias em oito regiões, iniciadas pela região Nordeste do país, onde existia uma carência e dificuldade de organização sindical. Para só então vir para São Paulo.
Atualmente em todo Brasil a base da UGT, representa 8,6 milhões, destes 2,6 milhões só em São Paulo.
O Congresso teve dois pontos altos. O secretário de organização e políticas, Chiquinho Pereira, aproveitou a oportunidade para fazer referência ao recente episódio de paralização de ônibus, sem a anuência do Sindicato dos Motoristas de São Paulo.
Estão querendo desmoralizar o sindicalismo Brasileiro, e nós não podemos permitir isso, afirma. Hoje foram eles amanhã pode ser nós, alertou.
Outro ponto de destaque foi o discurso do presidente da UGT-SP, Luiz Carlos Motta.
Saí da segunda maior Central sindical e ingressamos no que caminha para ser a segunda maior Central do país. Mas é importante que esse crescimento também se reflita no Congresso Nacional, disse.
Quanto a categoria dos comerciários, o presidente, Motta, aproveitou os congressistas, para fazer o que os sindicalista chamam de moção de repúdio, isto é, apresentar a contrariedade da categoria, à intenção dos empresários varejistas de flexibilizar os contratos de trabalho e permitir a contratação a títulos precários. A proposta foi aprovada por unanimidade pelos congressistas.
Exclusiva-
O presidente da UGT Brasil, Ricardo Patah, falou em exclusividade com a equipe de jornalismo do Pró Trabalhador.
Pró Trabalhador- O evento de hoje superou as expectativas da UGT?
Patah- 23 de maio, foi um dia muito importante, pois nasceu a UGT-SP, que esperamos sete anos para consolidar e nós estamos nascendo com 300 sindicatos, quase o mesmo número de sindicatos de quando nasceu a UGT Nacional, há sete anos, conta.
Pró Trabalhador- Qual a proposta para São Paulo?
Patah- São Paulo tem um corpo significante, que vai ter uma capacidade para articulação de políticas públicas muito grande. Temos na presidência o Motta que também é presidente do Fecomerciários. Costumo dizer que nós somos como Os miseráveis do livro de Victor Hugo. Unidos com as bandeiras esfarrapadas, mas todas elas com sentimentos e coração para superar as adversidades que das nossas categorias. Tais como: informalidade e precariedade, que infelizmente ainda têm. São Paulo nasce com esse sentimento de crescimento e de agregar e buscar alternativas para valorização de trabalhadores e trabalhadoras do estado de São Paulo.
Pró Trabalhador- Qual o principal diferencial da nova Central?
Patah- Nós nos diferenciamos de outras centrais porque quando nascemos buscamos formular políticas que vão além das relações de capital e trabalho, como a maior parte do movimento sindical que buscam apenas melhorias de salários e benefícios. A UGT tem um conceito que extrapola estas questões. Buscamos ativar a sociedade para termos os trabalhadores com todos os direitos como cidadão. Saúde, educação, meio ambiente, diversidade e todas as ações onde existe discriminação ou não tem igualdade de oportunidade, a UGT esta apresentando sua força de espírito que está contagiando muitos dirigentes sindicais a filiar-se a UGT.
Pró Trabalhador- Qual a bandeira política partidária da UGT?
Patah- A UGT é pluripartidária. Temos cinco deputados Federais cada um de um partido, temos três estaduais, também cada um de um partido. Com certeza nas eleições próximas vamos ter sucesso e mais deputados Federais e estaduais, porque entendemos que é na política partidária que muitas das questões sindicais encontram respaldo.
Pró Trabalhador- O movimento sindical está mudando?
Patah- Se não tiver, vai ter que mudar. Temos o Ministério Público fazendo prática sindical em alguns sindicatos, impedindo até a cobrança do assistencial, por isso, nós temos que estar muito unidos, fazendo um trabalho importante para sociedade. A imprensa muitas vezes nós coloca em uma situação muito ruim, então nós temos que evoluir e tenho certeza que essa forma que UGT trabalha, buscando alternativas para a cidadania do trabalhador, vai fazer com que haja uma compreensão da sociedade da importância do movimento sindical e todas as Centrais de todos os sindicatos.
Outras informações-